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Probióticos – Ingrediente cosmético promissor ou ferramenta de marketing?

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Muitas empresas de cosméticos estão adicionando probióticos a cremes anti-idade e produtos especialmente focados em pele sensível

Por Maria Coronado Robles

Os produtos de beleza fermentados, ricos em nutrientes e contendo ingredientes como vitaminas, antioxidantes, probióticos, Ômega-3, ácidos graxos e enzimas benéficas, apesar de estarem na moda, não são novos. Entretanto, o que faz dos probióticos uma novidade nos cosméticos é a forma atual como os micróbios têm sido adicionados às formulações, o que tem um impacto direto no posicionamento do produto no mercado.

O já estabelecido Crème de la Mer, da Estée Lauder vem usando algas marinhas fermentadas em suas formulações há décadas e marcas premium como Murad e SK-II, da Procter & Gamble, Sulwashoo, da gigante sul coreana de cosméticos AmorePacific, e SU:M37, da LG Household & Healthcare, vêm anunciando que seus produtos contêm ingredientes probióticos fermentados há alguns anos. Marcas como a Oskias no Reino Unido e a Tula nos Estados Unidos também o fazem.

Cosméticos probióticos em alta

Muitas empresas de cosméticos estão adicionando probióticos a cremes anti-idade e produtos especialmente focados em pele sensível. Apesar do termo “probiótico” estar bem estabelecido em alimentos, onde os probióticos são considerados como micro-organismos vivos capazes de crescer e formar colônias com efeito benéfico, entre os cosméticos (um setor auto-regulado) não há uma definição padronizada de probióticos. Isso faz com que seja virtualmente impossível para os consumidores entenderem o que esperar de um produto que esteja carregando um rótulo de probiótico.

Existem barreiras técnicas para incorporar os probióticos vivos em produtos para a pele convencionais com uma vida útil razoável. A maioria dos produtos contêm uma elevada porcentagem de água e são necessários conservantes para evitar a deterioração. Como resultado, os produtos existentes no mercado geralmente não contêm microrganismos vivos. No entanto, grandes marcas, como Clinique com a sua linha Redness Solutions contendo Lactobacillus Ferment, encontraram uma maneira “inteligente” de lidar com este problema por meio da adição, ao final do processo de fabricação, de ingredientes probióticos que não estão vivos ou que não podem formar colônias na formulação. Esta é uma solução barata que não exige qualquer alteração real no sistema conservante ou no restante do produto. As espécies mais comumente encontradas em produtos americanos e europeus são cepas específicas de bifidobactérias e lactobacilos que residem principalmente no intestino e são especializadas em digerir o leite. Portanto, elas são principalmente utilizadas em suplementos alimentícios probióticos, mas podem não ser eficazes em probióticos de uso tópico uma vez que a flora da pele é diferente daquela do intestino.

Empresas que estão mudando o jogo

Não há dúvidas de que os probióticos estão na moda e prova disso é o sucesso de duas marcas, a sul-africana ESSE e a norte-americana Mother Dirt, que vão um passo além, comercializando produtos contendo probióticos vivos.

De acordo com Trevor Steyn, CEO da ESSE, a empresa teve um faturamento de US$ 3,5 milhões em 2015 e tem crescido a impressionantes 300% ao ano. Atualmente, a ESSE comercializa dois produtos à base de óleo – de soro Sensitive e soro probiótico (€70 a €150) – contendo micro-organismos vivos que foram inativados por liofilização e estabilizados por meio de encapsulamento. As bactérias probióticas são ativadas ao entrarem em contato com a umidade da pele. A empresa está desenvolvendo uma nova tecnologia que lhe permitirá estabilizar micro-organismos vivos em produtos cosméticos à base de água e um novo lançamento é esperado em julho de 2017.

Como empresa, a ESSE permanecerá focada em cuidados com a pele, mas por meio de suas outras marcas pode buscar explorar oportunidades em mercados-chave, como pasta de dentes, cabelos e cosmecêuticos para tratar problemas de pele como acne, rosácea e eczema. Steyn espera que nos próximos 10 anos, a comercialização de uma tecnologia acessível que permita a caracterização do microbioma da pele de um indivíduo vai abrir um novo mercado para os probióticos em produtos cosméticos.

Os consumidores poderão, por exemplo, de forma rápida e relativamente barata analisar o estado do microbioma de sua pele e as espécies simbióticas-chave que poderiam ser utilizadas como probióticos personalizados para otimizar a saúde da pele.

A Mother Dirt comercializa produtos cosméticos como o AO + Mist (US $ 49), um primeiro de seu tipo contendo bactérias oxidantes de amônia (AOB) vivas. De acordo com Jasmine Aganovic, presidente da Mother Dirt, a empresa busca atualmente explorar o potencial das bactérias no tratamento de eczema, rosácea e outras doenças inflamatórias da pele. Ela está muito entusiasmada com os benefícios potenciais da AOB neste tipo de aplicação desde que a Casa Branca lançou em maio de 2016 a “National Microbiome Initiative” com a participação da AOBiome, a parceira científica da Mother Dirt. Esta iniciativa vai desempenhar um papel fundamental na transposição de descobertas em pesquisa de microbioma para produtos de consumo.

Caro?

Os produtos que contêm ingredientes fermentados e probióticos são orientados principalmente para o mercado de beleza premium. Manter os probióticos vivos durante a fabricação e a distribuição é um desafio. Os produtos precisam ser vendidos sob condições assépticas e é necessário também proteger as bactérias de luz excessiva e umidade fria ou quente.

Isso traz um número de desafios operacionais e restringe o tipo de embalagem que pode ser usada. A ESSE utiliza uma unidade de vidro duplo reciclável que contém um saco de polipropileno em que o produto está contido, enquanto a Mother Dirt utiliza embalagens de plástico de grau farmacêutico, que é totalmente reciclável. A AO+Mist vendida pela Mother Dirt precisa estar refrigerada até a sua primeira utilização, enquanto os produtos de cuidados da pele desenvolvidos pela ESSE podem ser mantidos à temperatura ambiente.

Oportunidades para os fabricantes de ingredientes

A utilização de ingredientes probióticos em formulações está contribuindo para o sucesso de alguns produtos cosméticos no mercado. Atentos a isso, os fornecedores estão desenvolvendo e comercializando ingredientes probióticos como Bonicel, o ingrediente probiótico derivado de uso tópico da Ganeden Biotech Inc. De volta a 2013, a Ashland Care Specialties lançou o Skin’s Ecology, uma iniciativa de apoio a novos produtos que ajudem a normalizar a microflora na superfície da pele. No entanto, é preciso mais pesquisa científica para respaldar as declarações probióticas em produtos cosméticos.

Não há dúvida de que os ingredientes ‘probióticos’ estão se tornando um gerador de receita para muitos fabricantes de produtos cosméticos. No entanto, tendo em conta a recente proibição da UE sobre o uso da palavra “probiótico” nas embalagens de alimentos, os fabricantes de ingredientes precisam estar cientes dos efeitos de potenciais mudanças regulatórias que possam surgir em médio e longo prazos e seu impacto no uso de probióticos em formulações cosméticas. Até agora, os parâmetros como o tipo de probiótico, a forma como ele é adicionado à formulação (bactérias vivas, lisados, etc), bem como os limites destes ingredientes para comercializar produtos seguros e eficazes, ainda não estão definidos pela indústria de cosméticos. Embora o futuro permaneça desconhecido, os produtos probióticos tópicos estão agora em ascensão graças à tendência de bem-estar na indústria da beleza.

Maria Coronado Robles é analista de pesquisa de Ingredientes na Euromonitor International

 

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