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Beauty Tech: como o Vale do Silício está transformando a indústria da beleza?

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Reconhecimento facial, realidade aumentada e inteligência artificial são apenas algumas das maneiras pelas quais o Vale do Silício está remodelando esse mercado

Nos últimos anos, houve uma enorme ascensão de tecnologias e startups voltadas para o mundo da beleza. Somente em 2017, um período marcante para as startups de Beauty Tech, a CB Insights registrou um número recorde de ofertas de financiamento no setor – de acordo com a companhia, cerca de 149 investimentos em empresas do setor ocorreram no ano passado, movimentando um montante de quase US$ 590 milhões.

Em meio a um ambiente difícil e instável, a indústria da beleza está prosperando e é mais movimentada do que nunca. Diversas explicações podem ser dadas para justificar o sucesso do mercado de Beauty Tech no mundo, mas uma, em especial, se destaca: investidores e fundos de investimento. Principalmente no Vale do Silício, o maior polo de inovação do mundo, essas duas figuras assumem um papel fundamental no fomento do setor de tecnologia da beleza, que está se tornando cada vez mais pessoal e acessível.

O maior investimento do ano passado, de acordo com a CB Insights, mostrou a força da tendência da indústria em direção ingredientes à base de plantas e ingredientes naturais. Baseada em San Francisco, a Yes To, que vende produtos para a pele e cabelos à base de frutas e legumes, levantou US$ 56 milhões em uma rodada de série Série B em junho, liderada pela Viking Global Investors. Com o investimento, a startup do Vale do Silício se tornou uma das dez empresas de beleza mais bem financiadas do mundo, acumulando cerca de US$ 73,5 milhões.

Há inovações de todos os lados: algumas startups estão usando pesquisas biotecnológicas para impulsionar novas formulações, outras estão aproveitando inovações digitais para vender maquiagem de uma forma nunca imaginada e até mesmo empresas investindo para se tornarem marcas independentes. Para não ficar para trás, grandes marcas de beleza estão fazendo parcerias e comprando pequenas startups ou centros de tecnológicos no Vale do Silício para absorver o mindset do local e ganhar experiência em inteligência artificial, realidade aumentada e outras tecnologias. Assim como empresas estabelecidas, novos fundos de investimento e programas de aceleração estão sendo desenvolvidos para abocanhar essa fatia do mercado que, ao ser combinado com tecnologia, fatura cerca de US $ 440 bilhões ano a ano.

Beleza acelerada: o primeiro programa de startups focado em Beauty

Recentemente, a Diretora Geral da igniteX, Claire Chang, lançou um novo programa no Vale do Silício voltado para a aceleração de startups de Beauty Tech em colaboração com a Universidade de Draper, o SVBeautyTech. De acordo com a própria empresa, o novo projeto foi desenhado para reforçar startups em estágio inicial que estão alavancando tecnologias para romper os padrões da indústria de cosméticos e cuidados pessoais.

A Universidade Draper, que é comandada pelo venture capital de terceira geração Tim Draper, é uma escola de empreendedorismo com fins lucrativos localizada em San Mateo, uma pequena cidade entre San Francisco e San Jose. A instituição acolheu nove startups participantes da primeira rodada – que se formaram no último dia 12 de junho após um Demo Day, apresentado para diversos investidores, especialistas da indústria e outros estudantes.

Foi assim que Claire Chang, em conjunto com o Diretor da Universidade Draper, que também já investiu na Tesla, Skype, Hotmail e Theranos, criou o primeiro programa de aceleração focado em Beauty Techs do Vale do Silício. De acordo com a Diretora Geral da igniteX, o desejo dos idealizadores era que o programa não fosse vinculado a nenhuma empresa específica, assim o foco dele seria puramente inovação e tecnologia – sem nenhum interesse comercial. “Eu queria que esse fosse independente e se concentrasse em alavancar tecnologia para escalabilidade. É um momento muito emocionante para o ecossistema Beauty Tech”, disse ela.

Iniciativas como o SVBeautyTech, de acordo com Tim Draper, são parte de um esforço maior e mais consciente rumo a inclusão de mulheres no empreendedorismo global, em especial no Vale do Silício, e em um mercado com importância e reconhecimento mundial. “A maioria dos empreendedores do Vale do Silício têm sido os homens, mas eles não entenderam o que as mulheres queriam”, disse Draper. “Esse é o começo de uma grande onda”.

Muito além da formulação de produtos

Os benefícios de fazer parte do ecossistema do Vale do Silício são inúmeros e isso significa que, além dos investimentos, as marcas têm acesso a profissionais de todas as áreas e de diversas localizadas em um só lugar. No entanto, Zoe Leavitt, analista sênior da CB Insights, enxerga que a influência do Vale do Silício se estende muito além da formulação de produtos de beleza. “O Vale do Silício mudou a forma como os consumidores descobrem, compram, aplicam e revisam”, explica. “Isso reflete mudanças nos gostos dos consumidores e significa que suas expectativas em relação à indústria da beleza estão mais altas do que nunca”.

Seguindo essa ideia, o Makeup Genius da L’Oréal permite que os clientes testem virtualmente produtos antes de comprar, baixando apenas um aplicativo. Revolucionando a experiência de compra dos clientes, a empresa permite que os consumidores digitalizem as suas próprias características, naveguem por um catálogo online com 4.500 produtos e, virtualmente, apliquem a maquiagem antes de comprar. Além disso, o aplicativo também permite que os clientes digitalizem os códigos de barra dos produtos dentro de lojas físicas para testá-lo no rosto.

Embora muitas empresas já tenham criado aplicativos que permitiam a aplicação de maquiagem no rosto, eles sempre trabalharam com um retrato estático. No entanto, o Makeup Genius aplica bronzer, sombra, brilho labial, delineador e outros produtos em tempo real usando a tecnologia de reconhecimento facial e realidade aumentada, permitindo que a maquiagem virtual permaneça no lugar enquanto a pessoa move seu rosto.

Para trazer o Make Up Genius à vida, a L’Oréal trabalhou com a Image Metrics, uma empresa da Califórnia que é produtora de softwares de reconhecimento facial para jogos e filmes. Com essa tecnologia, o celular do cliente se torna uma espécie de espelho virtual – o aplicativo captura 64 pontos de dados no rosto e 100 diferentes expressões faciais para posicionar com precisão a maquiagem, permitindo o discernimento entre a pele dos lábios e do rosto, por exemplo.

A sofisticação de sua experiência atraiu 20 milhões de downloads de clientes – mas é apenas uma solução impulsionada pela tecnologia fruto de uma iniciativa maior da empresa. Em 2012, a L’Oréal anunciou sua nova Incubadora de Tecnologia de Pesquisa e Inovação, um ambiente de inicialização com acesso a seus recursos globais, bem como a expertise de universidades locais e engenheiros de hardware e software localizados no Vale do Silício.

1,2,3… produtos exclusivos

A necessidade do consumidor de cosméticos mudou e, junto com ela, a popularidade das iniciativas personalizadas e compras sob demanda cresceu significativamente. Somente em 2016, as marcas de cosméticos independentes registraram um crescimento de cerca de 43%, em comparação com apenas 1,3% para os fabricantes tradicionais. Os números mostram que, cada vez mais, os clientes estão à procura de produtos exclusivos, encontrados mais facilmente a partir de startups.

Ao invés de se contentar com produtos já estabelecidos no mercado, os clientes atualmente buscam desfrutar de um produto personalizado, que se adeque ao seu estilo de vida e características físicas. E, principalmente no maior polo de inovação do mundo, as startups valorizam fortemente o envolvimento do consumidor. Devido à importância destinada a experiência, as inovações que nascem nessa região levam sempre em consideração a possibilidade de personalização, a viabilidade do produto em larga escala e o custo. Embora uma série de marcas tenham expandido seus intervalos de tons de base de nos últimos anos, poucos têm oferecido a personalização completa como a MatchCo oferecia.

A startup, fundada por Andy Howell e Dave Gross, dois veteranos de marketing, comportamento do consumidor e design de tecnologia, que estão moravam em Santa Monica e Palo Alto, no Vale do Silício, criava uma base específica para o tom de pele de cada cliente por apenas US$ 49. Como? Simples – cada usuário baixava o aplicativo da marca e digitalizava sua pele com base em uma foto. A partir de então, o algoritmo do aplicativo desenvolvia uma base exclusiva para a pessoa, ao invés de corresponder o tom de pele dela com cores pré-existentes.

O sucesso da startup foi tão grande que, em outubro de 2017, seu aplicativo já tinha sido baixado mais de 100 mil vezes. Pouco tempo depois, a startup foi vendida para a marca especializada em pele da Shiseido, a BareMinerals – de acordo com a empresa, a parceira não só permitiria levar a tendência de personalização para outro nível, como também oferecia um enorme potencial para inaugurar a “inteligência artificial para a beleza”.

Assim como a MatchCo, a Proven busca desenvolver produtos de cuidados com a pele que sob medida para cada mulher. As cofundadoras da Proven, Ming Zhao e Amy Yuan, decidirão utilizar deep learning e machine learning para extrair informações úteis de milhões de depoimentos online sobre produtos de cuidados da pele, bem como pesquisas científicas, e criar uma uma fórmula para programar produtos personalizados que funcionam.

Os interessados pelos produtos da marca devem primeiro preencher uma pesquisa no site da Proven, respondendo a perguntas sobre coisas como idade, etnia, tipo de pele e prioridades de cuidados com a pele. Depois disso, as pessoas receberão por e-mail os produtos personalizados que mais combinam com as necessidades da sua pele – esses produtos, por sua vez, serão feitos a partir do banco de dados da Proven, abastecido por depoimentos selecionados pela inteligência artificial da empresa.

Do Vale do Silício para o mundo

Atualmente, marcas em todo o mundo se beneficiam com as tecnologias produzidas na região do Vale do Silício – a Lancôme, por exemplo, lançou recentemente a Le Teint Particulier Foundation, uma base com fórmula e cor customizadas. Para desenvolver o produto, um “consultor de beleza” da loja examina o tom da pele do cliente usando um algoritmo patenteado desenvolvido na Incubadora de Tecnologia da L’Oréal. O scanner processa os dados e combina uma fórmula personalizada com a promessa de o tom que se adaptará ao tom de pele da pessoa, proporcionando uma correspondência muito mais próxima do que um produto comprado em qualquer farmácia.

Ao ver o impacto que o Vale do Silício está causando na indústria de tecnologia da beleza ao redor do mundo, Guive Balooch, Vice-Presidente Global da Incubadora de Tecnologia, fica animado com as oportunidades que virão pela frente. “Olhando para o futuro, acredito que o machine learning e a inteligência artificial podem trazer produtos cada vez mais personalizados e experiências animadoras os consumidores de beleza. Há tantas oportunidades – esse, com certeza, é um momento emocionante para a indústria”, diz.

Fonte: Startese

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