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Desafio da Natura para fechar a compra da Avon chama-se Cerberus

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A Natura, que está em negociações para comprar a Avon, vai divulgar o balanço do primeiro trimestre em 2 de maio. A Avon marcou o anúncio de seus resultados para o mesmo dia. As negociações estão avançadas, mas um dos desafios importantes é conciliar os interesses do Cerberus Capital Management, fundo que detém 16,6% das ações da Avon Products, sediada em Londres, e 80,1% da Avon North America, que inclui Estados Unidos, Canadá e Porto Rico.

Uma fonte ouvida pelo Valor disse que a Natura tem a missão de encontrar o equilíbrio entre sua ambição e os interesses do Cerberus, que em 2016 desembolsou US$ 605 milhões pela fatia da empresa listada na Bolsa de Nova York, ao preço de US$ 5 por ação, e pelo controle da problemática operação na América do Norte.

A subsidiária, que agrega EUA, Canadá e Porto Rico, foi separada da Avon Products em uma empresa de capital fechado com controle detido pelo Cerberus. Dificilmente o fundo sairá da operação com prejuízo porque pagou um prêmio pela participação adquirida.

Em 22 de março, quando Natura e Avon informaram que estavam conversando, o papel da Avone estava cotado a US$ 3,06 e hoje, há pouco, estavam sendo negociados a US$ 2,64. Os da Natura, há pouco, registravam queda de 0,78% para R$ 45,64. Há um mês os papéis da companhia brasileira eram negociados a R$ 41,50.

É possível que o Cerberus não queira vender sua fatia por menos de US$ 7 a ação, afirmou a fonte. Não é uma negociação fácil porque a ação vale praticamente a metade do preço de quase três anos atrás. Para a Natura, não é interessante manter o fundo como sócio na operação, além disso, a divisão norte-americana é estratégica para a empresa.

Outra fonte disse que a decisão mais sensata para não elevar ainda mais o endividamento da Natura seria seus cofundadores Antônio Seabra, Guilherme Leal e Pedro Passos reduzirem suas fatias no capital social da Natura. Conforme dados da companhia, os três empresários, familiares e veículos de investimento detêm 48,17% dos papéis da companhia.

Um executivo destacou que, se os fundadores optarem por reduzir suas fatias, eles terima uma participação fatia menor, mas de uma companhia muito maior. Esta seria uma alternativa para não elevar o índice de alavancagem medido pela dívida líquida versus o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).

Depois da aquisição da rede britânica de cosméticos The Body Shop, finalizada em setembro de 2017, a alavancagem da Natura ficou em 3,52 vezes. No ano passado, ficou em 2,71 vezes, recuo de 0,3 ponto percentual. Analistas consideram que o índice ideal seria perto de 1,5 vez. A companhia espera que até 2021 o indicador caia para 1,4 vez.

O desfecho dependeria, assim, a propensão dos acionistas controladores para reduzir suas participações na Natura.

Uma fonte que preferiu não se identificar estima que os ativos da Avon Products possam valer entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões, sem considerar um possível pagamento de prêmio. A The Body Shop custou um pouco menos, 1 bilhão de euros.

Caso o conselho de administração da Natura decida emitir dívida, a alavancagem poderia avançar para algo entre 3,5 vezes e 4 vezes, assustando os investidores. Outra opção para a compra seria a troca de ações com os acionistas da Avon.

Independentemente da estratégia a ser adotada, fontes destacaram que os executivos da Natura, assessorada pelo banco UBS, são bons de articulação. O Goldman Sachs representa a Avon.

No passado, a Avon, que é a segunda maior empresa de vendas diretas do mundo, cogitou adquirir a Natura, apurou o Valor. Por outro lado, a concorrente brasileira chegou a analisar os ativos da americana anteriormente, mas esta é a primeira vez que as conversas avançam de forma estruturada.

Executivos disseram que se tornar uma empresa global sempre foi a ambição dos cofundadores da brasileira, por mais que alguns considerem a operação arriscada. Se concretizada, a Natura &Co acelera na estratégia de operação multicanal, multimarca e multicategoria em âmbito mundial, com robustez nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia.

A Natura também ganharia mais força nos países em desenvolvimento. Somente no Brasil, seu principal mercado, a Avon possui 1,3 milhão de revendedoras ativas, sendo 6 milhões no mundo. A operação local da marca é mais de um terço da receita global e tem ainda mais representatividade em relação ao lucro.

O México e a Rússia também são mercados importantes da Avon. Uma fonte comentou que no passado os Estados Unidos eram a operação número um, mas a estratégia de digitalização anos atrás levou à perda de parte importante do exército de revendedoras naquele país. O Reino Unido e as Filipinas também são importantes.

Além disso, a Avon está expandindo-se na Índia e no Paquistão e estuda ampliar as operações no continente africano em países como a Nigéria. Fechando a aquisição, a Natura terá entre os ativos um centro de pesquisa e desenvolvimento em Nova York com 200 cientistas, que pertence à parte da empresa listada na bolsa.

As principais sinergias decorrentes desta operação serão nas áreas logística, pessoal e de tecnologia da informação, considerando que ambas têm o sistema SAP, observou uma fonte. A área de suprimentos também será fonte para redução de custo, considerando o poder de compra de matéria-prima para a fabricação de cosméticos e produtos de higiene pessoal.

Na China, onde a Natura ainda não possui operações, a Avon chegou a possuir 2,5 mil lojas, mas atualmente mescla esse canal com a tradicional venda direta.

Depois da compra, a estratégia da Natura & Co, que também inclui a australiana Aesop, será atuar com um portfólio de produtos para atender diversos públicos. A Avon é direcionada para as classes C, D e E, enquanto os itens da Natura transitam entre os consumidores dos estratos sociais A, B e C.

Fonte: Valor Econômico 22.04.2019

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